A Qualifica voltou a proporcionar quatro dias dedicados à educação, formação e emprego dos mais jovens. De 6 a 9 de março, a Feira apresentou, na Exponor, soluções e oportunidades profissionais aos visitantes, provenientes de norte a sul do país. “In the era of artificial intelligence, be human” serviu de mote ao evento, com diversas atividades que conduziram à reflexão sobre o impacto da IA na educação, trabalho e quotidiano.
“Trabalhamos anualmente para que a Qualifica, além de uma feira, seja considerada um espaço de conexão entre jovens, profissionais e oportunidades. Estamos muito satisfeitos com o aumento significativo de visitantes este ano, o que reflete a relevância crescente do evento para a comunidade educativa. A certeza é que continuaremos a trabalhar para oferecer experiências enriquecedoras e oportunidades de crescimento para todos os envolvidos.”
Amélia Estêvão, diretora de Marketing da Exponor
O tema, que invocava à inteligência artificial, convidou os visitantes a refletir, essencialmente, sobre a urgência de se ser humano. De modo a não desmerecer esta dimensão, uma das estreias foi o espaço “Educar para Incluir”, que apresentou organizações que desenvolvem ofertas educativas, contribuindo para um futuro digital mais inclusivo. Os projetos que enriqueceram o espaço foram: o InED (Centro de Investigação e Inovação em Educação), a ColorADD, os projetos Exploring e Inspiring the Future e o 2AI, desenvolvido pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA).
Quanto à ColorAdd, não marcou presença apenas como expositor. A empresa recebeu este convite porque também participou na organização do layout da planta – pela primeira vez, codificada para daltónicos.
A ColorAdd, enquanto empresa, trabalha com os seus parceiros, que usam o código nos seus produtos. Além disso, também oferece uma vertente social – uma associação sem fins lucrativos que visita escolas de modo a sensibilizar para o daltonismo. Bárbara Santos, coordenadora da ColorAdd Social, conta que “o feedback foi muito positivo para alertar, principalmente, educadores e professores para o daltonismo e os constrangimentos que traz. Ainda bem que marcámos presença na Qualifica, é mesmo muito importante sensibilizar para este tema”.
Um dos expositores com mais afluência foram os projetos Exploring e Inspiring the Future, que marcaram presença para esclarecer as dúvidas dos visitantes, principalmente, daqueles que estão prestes a ingressar no ensino superior. Ariana Seródio é gestora de escolas no projeto e o seu feedback é muito positivo, com destaque para a grande afluência.
Quanto a esta geração de estudantes, a gestora explica que é fora da caixa, mostrando uma grande vontade de experienciar tudo e viver ao máximo. “Quando nos procuram, muitos jovens já questionam o próprio mercado de trabalho – ambicionando um grande salário, ou o trabalho numa boa empresa. Além disso, também têm muitas informações disponíveis, desde cursos, áreas, instituições, por isso, ao mesmo tempo que querem estar a par de tudo, também ficam confusos”.
Paula Mesquita é técnica de comunicação no gabinete de comunicação da Universidade do Minho e o balanço que faz resume-se à grande afluência e interesse por parte dos estudantes, nesta Feira.
“Muitos deles já chegam com os cursos escolhidos, mas questionam as saídas profissionais e pretendem até comparar as instituições e conhecer as alternativas. Além disso, procuram saber o que oferecemos em termos de alojamento, ofertas desportivas ou apoios sociais. A verdade é que temos o período da pandemia como referência e os danos que causou aos jovens, que estavam na altura no secundário, parece-me que alertou os orientadores e professores, que estão agora a preparar melhor os seus alunos”.
Sofia Cruz é coordenadora no Núcleo de Comunicação da Universidade de Lisboa e começou por dizer que a presença na Qualifica não é uma novidade. “Fazemos questão de estar presentes na Qualifica há cerca de 10 anos, sendo que a nossa universidade, enquanto U Lisboa, também celebra o décimo aniversário este ano. Temos assistido com curiosidade e encanto ao desenvolvimento deste projeto, que tem crescido e que este ano apresenta muitos stands, visitantes e qualidade”.
Desta experiência, Sofia revela que percebe que os jovens sentem muita pressão, mas que o seu trabalho também passa por tranquilizar. “Procuramos sossegar esta geração, mostrando que, hoje em dia, os percursos não são assim tão lineares, não se tira um curso para se exercer um emprego para sempre e na mesma área. Tirar um curso é um ponto de partida e não um fim”.
O programa da Qualifica estendeu-se pelos três dias e com diversos destaques, desde uma talk protagonizada pelo apresentador, radialista e ator João Paulo Sousa, que apresentou o seu projeto pedagógico – “Isso é Psicológico” , passando ainda por workshops e sessões de coaching. Desfiles de moda, demonstrações de barbearia e espetáculos de dança também animaram e atraíram a ‘gen’ Z.